terça-feira, 17 de novembro de 2009

O pneu punk


Dia 15 de novembro, demos uma pedalada até Benevides, pra tomar café c/ pamonha. Fui matar a saudade da mountbike, já que eu estava de speed a semana toda.

Sai de casa as 5:30 da madruga, encontrei com o Lenon lá no entroncamento. O dia estava amanhecendo, passamos sem parar por vários ciclistas esperando para formar pelotão.

As 7:30 a gente já estava tomando café com pamonha lá no Goiano, enchi a mochila de hidratação com caldo-de- cana. Demos um estica até a vila de Benevides e depois voltamos. 

Foi muito bom o ritmo, entre 25 e 35 km que conseguimos manter em todo o percurso. 

Depois de 80 km percorridos, as 9h em ponto eu estava abrindo o portão lá de casa, de volta feliz da vida com 2 pamonhas na bagagem.

O mais incrível eu vi, quando fui lavar a bike e percebi que havia um prego cravado na borracha do pneu. Tipo um Piercing, mas o pneu estava cheio, o prego não tinha atingido a câmera.

Achei tão fora de série, que só pra mostrar para os incrédulos, ainda passei dois dias andando com o pneu punk.



33 km até Benevides pela BR-316


O Piercing involuntário 


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Estação do Moema

Quando estamos na estrada e vemos o dia amanhecendo, eu me pergunto, o que eu estaria fazendo agora se não estivesse aqui? Provavelmente estaria dormindo.
Dessa vez fomos até Santa Izabel, 50 km de Belém. Pedaladas tranqüilas, média de 20 km por hora, deu até para colocar o papo em dia. Éramos três, eu o Santos e o mestre Paulo, o cara que montou e dá manutenção em nossas bicicletas.
Como já é tradição, paramos na Pamonha do Goiano, 33 km para abastecer. Lá pelo km 40, passamos pelas ruínas da antiga estação do Moema, local de parada obrigatória de quem seguia para Bragança, nos tempos da antiga estrada de ferro. Mas não fomos muito bem recebidos pelo vigia do sítio que nos botou pra fora, apesar do vira-lata do mesmo ter feito uma grande festa com a nossa visita.
Chegamos de volta em casa umas 11:30, com uma fome de cão e felizes pra cachorro.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bike e suas Tribos

- Tá indo biclicletar? 
Acabei de ver um colega seu na rua agora pouco. Vocês parecem todos iguais.

O comentário que escutamos muitas vezes de amigos e conhecidos que todo ciclista sobre duas rodas “é tudo a mesma coisa”, achei que tava na hora de mostrar a diversidade de tribos que existem no nosso mundo de bikers. Estas tribos diferem em estilo, classe social e perfil.

Vou apenas resumir um pouco, já que muitas delas e se diferenciam para cada região do Brasil. São impressões pessoais, podendo haver divergências de opinião, obviamente. Mas tem um ponto em que todos nós bikers concordamos: não somos todos iguais, apesar de termos a mesma paixão pela querida magrela. Cada tribo pensa, pedala e encara a vida de sua maneira. Se você tiver alguma sugestão sobre outra tribo, por favor, envie para eu acrescentar na minha lista.

Divirta-se! 


A Tribo dos Papucos

Não me pergunte a origem do nome. Eu mesmo não sei, mas é como é denominada esta galera que anda nas vias e favelas da cidade.


Estilo

A mais numerosa tribo da cidade. Gostam de pedalar com bicicletas montadas da maneira mais louca possível, com guidões bem baixos ou bem altos, selins nada anatômicos e normalmente você os vê, freqüentemente no trânsito, passando pelos carros, quase batendo no seu retrovisor ou disputando um pega com um motorista de ônibus. Não sabem nada sobre técnica ou mecânica, mas acham que sabem tudo. Devemos perdoá-los, afinal, se não há educação para motoristas, muito menos para ciclistas.

 

Perfil

Andam em bandos ou em duplas, usam pneus slick (finos) e só pedalam em terrenos planos, já que não conseguem subir nenhuma ladeira com suas ”máquinas”. Alguns usam capacetes, mas a maioria usa boné. E pedalam sem camisa, é claro! Dia de domingo, voltando da praia, são visitantes freqüentes do HGE e contribuem com suas imprudências para o número de estatísticas de acidentes com ciclistas na cidade. Dentro deste grupo tem um subgrupo de ciclistas mirins, no mesmo estilo com suas bicicross, uma versão brasileira, parecida com os ciclistas dos guetos de Nova York.


 As Tribos dos Free Riders: Estilo Livre e Down Hill

Sabe aquela noite em que você está no ponto de ônibus, voltando para casa e, de repente, aparece do nada um grupo de ciclistas, pulando do meio fio e subindo no banco do passeio, parecendo astronautas? Isto mesmo! Estou falando dos free rides ou free style bikers. Em português: estilo livre de pedalar. Esta tribo é dividida em duas. Aqui na nossa cidade os free riders é a turma do down hill, por terem semelhanças e terem pessoas que praticam os dois estilos.

 

Estilo

Tribo extremamente habilidosa sobre duas rodas, é a que mais que chama atenção pela suas vestimentas. Composta de adolescentes e jovens de até 23 anos. Usam camisas de manga comprida, bermudas parecidas com a de skatistas e usam todo o tipo de parafernália para proteção: tornozeleiras, joelheiras, etc. Parece até que saíram de um filme de ficção.


Perfil

Pedalar da maneira mais radical possível, pular, saltar, cair de qualquer lugar, na cidade ou no campo, o que vale é a adrenalina rápida na veia. As bikes são equipadas para tal e só é preciso ter coragem e, isto não falta a esta turma. Nas trilhas de down Hill o negócio é descer a toda velocidade. Já na hora de subir...


Os free riders não formam umaTribo muito numerosa e não gostam de pedal de longas distâncias, na verdade são malabaristas sobre duas rodas. Também existe uma derivação do mesmo estilo para um grupo de coroas que vão para as trilhas radicalizar e para não sair da dieta, e após o pedal vão comer um churrasco, pois a barriga é um bem a ser preservado.


A tribo do Passeio

Talvez você esteja dentro desta tribo ou já esteve, afinal, quem nunca teve uma Caloi no fundo do quintal, no quarto de empregada ou largada na garagem?

 

Estilo

Esta tribo gosta puramente de fazer passeios leves, seja na orla ou no parque, mas morrem de medo de pedalar na rua. A turma do passeio adora uma aventura controlada, nada de muito radical e que seja muito sofrimento, no máximo uma estradinha de terra na sombra. São, na sua grande maioria, pessoas de meia idade, empresários e profissionais liberais. Andam sozinhos ou, no máximo, em dupla

 

Perfil

Gostam de pedalar sempre com a postura ereta para não empenar o chassi (a coluna). Usam capacete, mas não conseguem se imaginar calçando uma sapatilha e um clipe é muito stress, eles alegam. O ciclista de passeio dá mais importância à sensação de bem estar do que efetivamente pedalar.


Atenção: nunca convide um ciclista de passeio para uma trilha radical, mesmo que ele insista em dizer que está pronto para tal. No final você vai ter que, no mínimo, empurrá-lo montanha acima e nunca mais ele vai querer passear com você dando as mais diversas desculpas. Aprenda a respeitar o limite desta tribo.



 A Tribo dos Atletas

Quem volta das farras, já com o dia amanhecendo, encontra estes ciclistas. Uma tribo quase invisível, mas que são os que mais pedalam, em media 450 km por semana, em trilhas ou em pistas como a paralela.

 

Estilo

A tribo dos competidores é literalmente apaixonada pela bike, com patrocínios ou não, respiram bike 24 horas por dia, todos os dias. Como animais raros não são vistos facilmente pela cidade porque treinam muito cedo ou treinam em academias ou fora da cidade. Tanto no Mountain Bike, no Cross Country como no Speed (ciclismo de asfalto) esta turma bota pra quebrar e quanto mais longo e difícil o percurso, melhor. 

Você conhece um ciclista de competição pela cadência ao pedalar e pela a velocidade imprimida. São discretos e como galos de brigas competem até com a vovó, se ela tentar passar na frente deles.

 

Perfil

Somente a turma desta tribo sacrifica qualquer coisa pelos treinos, motivo principal das reclamações das namoradas e dos amigos, principalmente nos finais de semana. A faixa etária é bem diversa. Tem de jovens a coroas de mais de 50 anos, verdadeiros atletas. Por incrível que pareça, também as classes sociais vão da baixa a mais alta, porque para o atleta o que vale é estar nas competições, nem que seja para apenas fazer número.

 

Usam equipamentos básicos: capacete e luva e, são movidos a poder gel e isotônicos. Não queira fazer um passeio com esta tribo se você realmente não estiver preparado para tal. Os ciclistas de competição são movidos a desafios e quanto mais alto e mais técnico, melhor.

 

A turma dos Bike Caipiras

Seja levando uma balde de leite, um saco de feijão ou indo para a missa, levando a mulher.  na garupa, sentada de lado, esta é a turma mais elegante que pedala nas estradas  empoeiradas de nosso Brasil.

 

Estilo

Quem é do interior ou já foi em alguma roça já deve ter visto está tribo: é o ciclista caipira. 

Paradoxalmente considero a mais elegante de todas as tribos sobre duas rodas: Com suas Monark barra circulares ou mesmo uma qualquer do Paraguai, o caipira tem estilo e leveza ao pedalar.


Perfil

A tribo caipira não tem cerimônia em sair da bike para empurrá-la ladeira acima, afinal, suas bicicletas em geral não têm marchas e são pesadas, estilo trator mesmo. Porém agüentam o tranco do campo. Pedalam por necessidade e não por lazer, geralmente sozinhos, mas não trocam o futebol do final de semana por nada e vão para o jogo de bike, claro.

 

Artigo encaminhado por DIMITRI

www.amigosdebike.com.br

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Bicicleta, política e ativismo

Qual é a relação da bicicleta com política e ativismo? 

É em conseqüencia da questão ambiental ou o que?

Pode haver mil razões para estabelecer uma relação entre a bicicleta, política e ativismo que não seja só a questão ambiental. Só para escolher uma boa razão: respeito à vida, todas as vidas, de todos, de tudo.

A importância que a bicicleta tem em nossa sociedade, principalmente em países ou localidades com altos índices de pobreza, é muito maior do que se possa imaginar a princípio. Não se restringe à melhora do meio ambiente.



Bicicleta é um bem de primeira necessidade para populações de baixa renda, auxilia no equilíbrio social e ambiental, abrindo possibilidades para um futuro digno e auto-sustentável para todos. Racionaliza o uso de espaço urbano, e pode facilmente se transformar em fator de redução de trânsito. O uso da bicicleta traz benefícios claros para seu usuário e mesmo para quem não é usuário e não gosta de pedalar. Bicicleta empresta a seu usuário "liberdade". Tudo isto está provado através de diversas pesquisas científicas.



Talvez o ponto fraco do universo da bicicleta seja a postura da maioria dos ciclistas que não conseguem se representar como categoria. Com isto perdem a possibilidade de transformar para melhor não só suas próprias vidas, mas de todos, mesmo dos que não pedalam.


Aprenda como fazer um manifesto no: 

http://www.escoladebicicleta.com.br/cicloativismoEB.html

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Bicicleta faz bem ao mundo

Foi muito positiva a bicicletada de setembro. Com 53 ciclistas presentes na saída, seguimos pelo centro de Belém, empunhando faixas e bandeiras, reivindicando mais espaços para o trafego seguro dos ciclistas, gritando palavras de ordem como "alô motorista, respeite o ciclista", a Bike-som ditava os ritmos de nossas pedaladas num saudável clima de paz. 

Lógico que nós pegamos ainda uma rebarba do sucesso com o ato de protesto que foi feito no dia mundial sem carros, 22 de setembro. Percebemos que já há repercussão na opinião pública, mas ainda falta muito pra ser feito, com a participação cada vez maior de todos os amigos ciclistas certamente vamos incluir na agenda de eventos da cidade de Belém o Movimento Bicicletada. 

Só temos que entender que não podemos usar a BICICLETADA para beneficio de qualquer entidade, pessoa, órgão ou empresa. O movimento legítimo dos ciclistas, não pode estar vinculada ao lucro ou benefício, ficando portanto inviabilizado qualquer tipo de exploração comercial em nome do MOVIMENTO BICICLETADA.



Estamos alcançando o foco das atenções, a bicicleta está na moda.

Nós ciclistas temos uma grande oportunidade, através do movimento bicicletada, de transformar a nossa cidade em um lugar mais humano e agradável de se viver. E a bicicleta é o nosso instrumento de transformação social.

Lindos momentos. Parabens ciclistas pela bicicletada.

sábado, 26 de setembro de 2009

Atentado 22 de setembro

Fotos de Shirley Penaforte, O Liberal.

Os cicloativistas de Belém e região metropolitana, organizaram-se paralelamente ao "passieo ciclístico" organizado pela Prefeitura de Belém pelo Dia Mundial Sem Carro. Munidos de narizes de palhaço, máscaras, faixas, panfletos e bike-som, abordaram o "passeio" interrompendo a Av. João Paulo II e convocando os participantes a mandarem um recado aos gestores municipais.

O passeio todo virou uma bicicletada com mais de 500 integrantes, teve seu itinerário modificado e foi marcado pelos protestos contra o descaso da prefeitura.

Fechando vas importantes, "os invisíveis" do trânsito no dia-a-dia se fizeram enxergar pelos belenenses, especialmente os condutores de veículos automotores. Fora a Av. João Paulo II, interrompeu-se a Av. Visconde de Souza Franco.

O momento culminante foi a "invasão" da Estação das Docas. Pacificamente e empurrando suas bicicletas, os ciclativistas afirmaram seus direitos, especialmente o que consta no Código Brasileiro de Trânsito: "[a]rt. 68 (…) § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres."


Retirado do http://raoninfo.blogspot.com/2009/09/bicicletada-para-toma-de-assalto.html


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ciclo Ilha do Mosqueiro

Dia 6 de setembro, comemoramos a independência pedalando até a Ilha de Mosqueiro. Foram 170 km pedalados no total (ida e volta). Saímos às 5:30 da madruga, numa velocidade média de 22km, paramos depois de 35km em Benevides. No Ponto do Goiano para repor as energias, depois de um copo de garapa e umas barras de cereais, montamos nas magrelas e ganhamos o asfalto, levamos 3 horas e meia para chegar até a praia do Murubira.

Madrugando na concentração, Marcelo Bike e seu Jairo

Ponto de encontro de vários ciclistas para reposição

O sol de domingo ganhava força

Ciclistas param na ponte sem provocar congestionamento

Paulo Castro, Leno Santos, Lupa, Jamerson e Assis Fonseca


Depois de dar um rolé na vila, bairro mais antigo da ilha, paramos para almoçar e descansar no trapiche em frente a baía do Marajó, enquanto eram feitas pequenas manutenções nas bikes. Voltamos pra estrada às 14h, sob um sol escaldante, depois da ponte encontramos bastante chuva, dai pra frente foi pista molhada o tempo todo. Chegamos no Km 0 da Br 316 às 18hs. Molhados e prontos para a próxima.

Rafael e Baiano em oficina improvisada

Meta superada

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Uma cidade para as pessoas


A Bicicletada do último sábado de julho foi realmente 10. 
Eram 10 ciclistas pedalando livremente pelo centro de Belém, livres de congestionamento e sem atrito com outros veículos. Estávamos apenas saboreando o curto momento de uma cidade livre dos carros. 


A cidade quase vazia proporciona aos pedestres e ciclistas a sensação de paz que não sentimos diariamente.
Só quem esteve lá pode testemunhar umas das tardes mais lindas do ano. Foram 22 km em 1:45h de pedaladas pelas principais ruas do centro, e 1:30h de paradas para contemplação do visual da cidade.