terça-feira, 27 de outubro de 2009

Estação do Moema

Quando estamos na estrada e vemos o dia amanhecendo, eu me pergunto, o que eu estaria fazendo agora se não estivesse aqui? Provavelmente estaria dormindo.
Dessa vez fomos até Santa Izabel, 50 km de Belém. Pedaladas tranqüilas, média de 20 km por hora, deu até para colocar o papo em dia. Éramos três, eu o Santos e o mestre Paulo, o cara que montou e dá manutenção em nossas bicicletas.
Como já é tradição, paramos na Pamonha do Goiano, 33 km para abastecer. Lá pelo km 40, passamos pelas ruínas da antiga estação do Moema, local de parada obrigatória de quem seguia para Bragança, nos tempos da antiga estrada de ferro. Mas não fomos muito bem recebidos pelo vigia do sítio que nos botou pra fora, apesar do vira-lata do mesmo ter feito uma grande festa com a nossa visita.
Chegamos de volta em casa umas 11:30, com uma fome de cão e felizes pra cachorro.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bike e suas Tribos

- Tá indo biclicletar? 
Acabei de ver um colega seu na rua agora pouco. Vocês parecem todos iguais.

O comentário que escutamos muitas vezes de amigos e conhecidos que todo ciclista sobre duas rodas “é tudo a mesma coisa”, achei que tava na hora de mostrar a diversidade de tribos que existem no nosso mundo de bikers. Estas tribos diferem em estilo, classe social e perfil.

Vou apenas resumir um pouco, já que muitas delas e se diferenciam para cada região do Brasil. São impressões pessoais, podendo haver divergências de opinião, obviamente. Mas tem um ponto em que todos nós bikers concordamos: não somos todos iguais, apesar de termos a mesma paixão pela querida magrela. Cada tribo pensa, pedala e encara a vida de sua maneira. Se você tiver alguma sugestão sobre outra tribo, por favor, envie para eu acrescentar na minha lista.

Divirta-se! 


A Tribo dos Papucos

Não me pergunte a origem do nome. Eu mesmo não sei, mas é como é denominada esta galera que anda nas vias e favelas da cidade.


Estilo

A mais numerosa tribo da cidade. Gostam de pedalar com bicicletas montadas da maneira mais louca possível, com guidões bem baixos ou bem altos, selins nada anatômicos e normalmente você os vê, freqüentemente no trânsito, passando pelos carros, quase batendo no seu retrovisor ou disputando um pega com um motorista de ônibus. Não sabem nada sobre técnica ou mecânica, mas acham que sabem tudo. Devemos perdoá-los, afinal, se não há educação para motoristas, muito menos para ciclistas.

 

Perfil

Andam em bandos ou em duplas, usam pneus slick (finos) e só pedalam em terrenos planos, já que não conseguem subir nenhuma ladeira com suas ”máquinas”. Alguns usam capacetes, mas a maioria usa boné. E pedalam sem camisa, é claro! Dia de domingo, voltando da praia, são visitantes freqüentes do HGE e contribuem com suas imprudências para o número de estatísticas de acidentes com ciclistas na cidade. Dentro deste grupo tem um subgrupo de ciclistas mirins, no mesmo estilo com suas bicicross, uma versão brasileira, parecida com os ciclistas dos guetos de Nova York.


 As Tribos dos Free Riders: Estilo Livre e Down Hill

Sabe aquela noite em que você está no ponto de ônibus, voltando para casa e, de repente, aparece do nada um grupo de ciclistas, pulando do meio fio e subindo no banco do passeio, parecendo astronautas? Isto mesmo! Estou falando dos free rides ou free style bikers. Em português: estilo livre de pedalar. Esta tribo é dividida em duas. Aqui na nossa cidade os free riders é a turma do down hill, por terem semelhanças e terem pessoas que praticam os dois estilos.

 

Estilo

Tribo extremamente habilidosa sobre duas rodas, é a que mais que chama atenção pela suas vestimentas. Composta de adolescentes e jovens de até 23 anos. Usam camisas de manga comprida, bermudas parecidas com a de skatistas e usam todo o tipo de parafernália para proteção: tornozeleiras, joelheiras, etc. Parece até que saíram de um filme de ficção.


Perfil

Pedalar da maneira mais radical possível, pular, saltar, cair de qualquer lugar, na cidade ou no campo, o que vale é a adrenalina rápida na veia. As bikes são equipadas para tal e só é preciso ter coragem e, isto não falta a esta turma. Nas trilhas de down Hill o negócio é descer a toda velocidade. Já na hora de subir...


Os free riders não formam umaTribo muito numerosa e não gostam de pedal de longas distâncias, na verdade são malabaristas sobre duas rodas. Também existe uma derivação do mesmo estilo para um grupo de coroas que vão para as trilhas radicalizar e para não sair da dieta, e após o pedal vão comer um churrasco, pois a barriga é um bem a ser preservado.


A tribo do Passeio

Talvez você esteja dentro desta tribo ou já esteve, afinal, quem nunca teve uma Caloi no fundo do quintal, no quarto de empregada ou largada na garagem?

 

Estilo

Esta tribo gosta puramente de fazer passeios leves, seja na orla ou no parque, mas morrem de medo de pedalar na rua. A turma do passeio adora uma aventura controlada, nada de muito radical e que seja muito sofrimento, no máximo uma estradinha de terra na sombra. São, na sua grande maioria, pessoas de meia idade, empresários e profissionais liberais. Andam sozinhos ou, no máximo, em dupla

 

Perfil

Gostam de pedalar sempre com a postura ereta para não empenar o chassi (a coluna). Usam capacete, mas não conseguem se imaginar calçando uma sapatilha e um clipe é muito stress, eles alegam. O ciclista de passeio dá mais importância à sensação de bem estar do que efetivamente pedalar.


Atenção: nunca convide um ciclista de passeio para uma trilha radical, mesmo que ele insista em dizer que está pronto para tal. No final você vai ter que, no mínimo, empurrá-lo montanha acima e nunca mais ele vai querer passear com você dando as mais diversas desculpas. Aprenda a respeitar o limite desta tribo.



 A Tribo dos Atletas

Quem volta das farras, já com o dia amanhecendo, encontra estes ciclistas. Uma tribo quase invisível, mas que são os que mais pedalam, em media 450 km por semana, em trilhas ou em pistas como a paralela.

 

Estilo

A tribo dos competidores é literalmente apaixonada pela bike, com patrocínios ou não, respiram bike 24 horas por dia, todos os dias. Como animais raros não são vistos facilmente pela cidade porque treinam muito cedo ou treinam em academias ou fora da cidade. Tanto no Mountain Bike, no Cross Country como no Speed (ciclismo de asfalto) esta turma bota pra quebrar e quanto mais longo e difícil o percurso, melhor. 

Você conhece um ciclista de competição pela cadência ao pedalar e pela a velocidade imprimida. São discretos e como galos de brigas competem até com a vovó, se ela tentar passar na frente deles.

 

Perfil

Somente a turma desta tribo sacrifica qualquer coisa pelos treinos, motivo principal das reclamações das namoradas e dos amigos, principalmente nos finais de semana. A faixa etária é bem diversa. Tem de jovens a coroas de mais de 50 anos, verdadeiros atletas. Por incrível que pareça, também as classes sociais vão da baixa a mais alta, porque para o atleta o que vale é estar nas competições, nem que seja para apenas fazer número.

 

Usam equipamentos básicos: capacete e luva e, são movidos a poder gel e isotônicos. Não queira fazer um passeio com esta tribo se você realmente não estiver preparado para tal. Os ciclistas de competição são movidos a desafios e quanto mais alto e mais técnico, melhor.

 

A turma dos Bike Caipiras

Seja levando uma balde de leite, um saco de feijão ou indo para a missa, levando a mulher.  na garupa, sentada de lado, esta é a turma mais elegante que pedala nas estradas  empoeiradas de nosso Brasil.

 

Estilo

Quem é do interior ou já foi em alguma roça já deve ter visto está tribo: é o ciclista caipira. 

Paradoxalmente considero a mais elegante de todas as tribos sobre duas rodas: Com suas Monark barra circulares ou mesmo uma qualquer do Paraguai, o caipira tem estilo e leveza ao pedalar.


Perfil

A tribo caipira não tem cerimônia em sair da bike para empurrá-la ladeira acima, afinal, suas bicicletas em geral não têm marchas e são pesadas, estilo trator mesmo. Porém agüentam o tranco do campo. Pedalam por necessidade e não por lazer, geralmente sozinhos, mas não trocam o futebol do final de semana por nada e vão para o jogo de bike, claro.

 

Artigo encaminhado por DIMITRI

www.amigosdebike.com.br